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Olhar humanizado para a população é um marco dos 100 dias do governo Lula 

Foto: Ricardo Stuckert/ PR

Gestão teve a retomada de programas conhecidos, controle de crises e algumas polêmicas 

Gustavo Frutuoso

O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República completou 100 dias. Essa data, é um marco em todo governo, sendo caracterizado como “o fim da lua de mel”, os 100 dias apontam o final da transição e apresenta qual será o futuro da gestão em andamento.

Logo no começo do ano, Lula teve que lidar com os ataques golpistas realizados por apoiadores do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que invadiram e quebraram os três poderes em Brasília. O que se mostrou um terremoto em cima da democracia, foi uma oportunidade para Lula se aproximar de outros líderes dentro do país. 

Além de ações que levaram à prisão dos terroristas, o novo governo conseguiu trazer para si a união entre os pólos de governança dentro do Brasil. Primeiramente com a  reunião entre os governadores dos estados brasileiros e posteriormente com a presença de seu vice, Geraldo Alckmin, na XXIV Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios.

“Vamos trabalhar juntos com vocês. A Marcha dos Prefeitos pode se chamar também a Marcha do Povo porque, quanto mais nós fortalecermos o governo local, mais próximos estamos da população. Ganha a sociedade. Dizem que o século XIX foi o século dos impérios. O século XX dos países. O século XXI é o século das cidades. Elas vão ser as grandes protagonistas. É onde as coisas ocorrem”, disse Alckmin.

Participando de encontros com presidentes de outros países, como foram os casos de Argentina, Uruguai e Estados Unidos. Lula aproveitou para estreitar relações com esses locais e ao participar da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) falou sobre a união que deve ocorrer entre os 33 países participantes do bloco. 

“Há uma clara contribuição a ser dada, pela região, para a construção de uma ordem mundial pacífica, baseada no diálogo, no reforço do multilateralismo e na construção coletiva da multipolaridade”, sustentou Lula.

Durante toda a sua campanha, o presidente seguia com seu discurso de olhar para a população, de colocar refeições dentro das casas dos brasileiros e trazer a retomada de programas famosos de sua gestão, como é o caso do Bolsa Família. 

Criado pela Medida Provisória Nº 132, de 20 de outubro de 2003, o Bolsa Família foi extinto em outubro de 2021, quando mudou de nome (Auxilio Brasil) no governo anterior e passou a ser focado na transferência de renda. O programa exige a frequência escolar de crianças e adolescentes das famílias beneficiárias, o acompanhamento pré-natal de gestantes e a atualização da carteira de vacinação. 

“Esse não é um programa de um governo, esse não é um programa de um presidente da República. Esse é um programa da sociedade brasileira e que só vai dar certo se a sociedade brasileira assumir a responsabilidade de fiscalizar o Cadastro Único que nós estamos fazendo”, destaca Lula.

“O programa só dará certo se o cadastro permitir que o benefício chegue exatamente às mulheres, aos homens e às crianças que precisam desse dinheiro. Se tiver alguém que não mereça, esse alguém não vai receber. O programa é só para as pessoas que estão em condição de pobreza”, concluiu o presidente.

Além disso, Lula trouxe de volta o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e fomentou o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), com a entrega de 270 viaturas das patrulhas Maria da Penha vindo de um investimento de R$ 34 milhões e o planejamento de construir 40 unidades da Casa da Mulher. 

A questão da vacinação também foi um ponto principal do Brasil nestes últimos anos. Passando por uma pandemia e com ela a perda de mais de 700 mil pessoas, o antigo presidente da República, Jair Bolsonaro, nunca pontuou sobre a importância da vacinação e até a CPI da Pandemia acusou o governo Bolsonaro de atrasar a compra da vacina. 

Estando ao lado de seu vice e do carismático Zé Gotinha, Lula foi na contramão do antigo governo e foi um dos primeiros a posar para tomar a quinta dose de reforço da vacina contra o Covid. O Governo Federal tem a expectativa de reconstruir a confiança nos imunizantes e retomar a cultura de vacinação do país.

“O gesto que estamos fazendo aqui não é apenas de dizer que agora vamos ter vacina para todas as pessoas em toda e qualquer idade e região. O mais importante é ter consciência de que o Brasil já foi campeão mundial de vacinação. O Brasil era o país mais respeitado no mundo pela capacidade, pela qualidade de nossas enfermeiras e enfermeiros de darem injeção em todo o povo brasileiro”, afirmou Lula durante o evento.

Em contrapartida, a gestão de Lula apresentou uma queda em relação a criação de empregos, segundo levantamento, o Brasil gerou 241,78 mil empregos com a carteira assinada em fevereiro deste ano, apresentando uma queda de 31,6% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram criados 353,29 mil empregos. 

Além disso, Lula acabou criando uma grande polêmica ao falar que “vê como armação” a situação ocorrida pelo senador Sérgio Moro (União), onde membros de uma facção criminosa planejavam um ataque a Moro, familiares e outras autoridades. 

“Eu não vou falar porque eu acho que é mais uma armação do Moro. Mas eu quero ser cauteloso, eu vou descobrir o que aconteceu. É visível que é uma armação do Moro. Mas eu vou pesquisar, eu vou saber o porquê da sentença”, declarou.

“Eu não sei o que ele vai fazer da vida se continuar mentindo do jeito que está mentindo. É isso. Mas também, o Moro não é minha preocupação, a minha preocupação é 215 milhões de brasileiros que estão esperando que a gente possa melhorar a vida deles”, continuou Lula.

A PF (Polícia Federal) prendeu pelo menos nove pessoas suspeitas de integrar a facção que planejou o ataque. As prisões foram realizadas em Campinas (6), Guarujá (2) e São Paulo (1).

Em resposta, o senador Sérgio Moro criticou Lula pela fala. “Eu vejo hoje um presidente dando risada de uma família ameaçada pelo crime organizado, sugerindo que o próprio ministro da Justiça do seu governo que informou que o plano para o meu sequestro seria uma armação. Então quero perguntar: O senhor não tem decência?”, perguntou. 

A próxima grande agenda de Lula deverá ser realizada no dia 11/04, onde o presidente viajará para a China. A viagem deveria ter ocorrido no último dia 25, mas Lula foi diagnosticado com pneumonia e teve que adiar a visita ao país asiático. 

Existe uma grande expectativa sobre essa viagem do presidente à China, já que o país é um grande parceiro comercial do Brasil. Além disso, o encontro é tratado como uma “virada de página” na relação com os chineses após a gestão de Jair Bolsonaro.  

O Governo Federal ainda espera conversar para reativar o fundo de R$ 20 bilhões criado em 2015, que estava parado por questões burocráticas, e formar uma aliança global contra a fome, parecido com a aliança entre China e África. 

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