O ex-presidente foi julgado em decorrência a uma reunião realizada no Palácio da Alvorada na qual ele difamou o sistema eleitoral do Brasil
Gustavo Frutuoso
Por 5 votos a 2, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) foi maioria pela condenação e inelegibilidade do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, pelos próximos oito anos no país. A decisão se deu nesta sexta-feira (30), com a votação da ministra Cármen Lúcia e dos ministros Nunes Marques e Alexandre de Moraes.
Se desenrolando durante toda a semana, essa foi a quarta sessão para a análise do caso. Bolsonaro estava sendo julgado devido a uma reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros, na qual ele difamou o sistema eleitoral brasileiro sem apresentar provas.
A reunião foi transmitida pela TV oficial do governo e ocorreu pouco antes do início do período eleitoral. Durante o encontro, o ex-presidente fez ataques às urnas e ao sistema eleitoral, repetindo alegações já desmentidas de fraudes.
Com isso, Bolsonaro responde por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Na defesa apresentada no TSE, foi alegado que a discussão do sistema eletrônico de votação não pode ser considerada um tema tabu na democracia e que a reunião em questão foi um evento diplomático.
Votaram a favor da inelegibilidade de Bolsonaro os ministros Benedito Gonçalves (relator), Floriano Marques, André Tavares, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes. Os ministros Raul Araújo e Nunes Marques votaram contra a condenação.
O vice na chapa de Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto, também passou por julgamento, mas foi absolvido por unanimidade.