Texto: Matheus Godoy
Nesta semana, os noticiários de todo o planeta se voltaram para a vitória do republicano Donald Trump, que voltará à presidência dos Estados Unidos da América após quatro anos. O nome da direita derrotou Kamala Harris, do Partido Democrata. Com uma postura bem polêmica e controversa, o empresário promete tomar algumas medidas bem duras no próximo governo.
As relações comerciais entre Brasil e EUA podem ser as mais afetadas nos próximos anos. Isso porque o presidente eleito prometeu aumentar as taxas de importação para estimular a economia estadunidense.
O grande problema é que os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Em 2024, por exemplo, o fluxo de exportações ao país da América do Norte chegou a U$ 33 bilhões. Com um protecionismo maior, essa quantia deve apresentar uma queda considerável nos próximos anos.
“A gente tem, com as propostas que ele veiculo na campanha, que a gente também não sabe o quanto elas, de fato, serão executadas ou não, mas são propostas que primeiro olham para uma economia americana mais protegida. Então, a gente está falando de mais tarifas. Os produtos brasileiros para entrarem no território americano vão acabar pagando uma tarifa maior do que já pagam hoje. Então, vamos perdem alguns benefícios e, na verdade, ter uma dificuldade maior para colocar esse produto lá”, explicou Juliana Inhasz, professora de economia do Insper, ao portal G1.
Lula x Trump
Um dos fatores que pode afetar mais as relações entre as duas nações é a divergência política entre Lula e Donald Trump. Como um dos principais nomes da esquerda no continente, o petista não deve fazer grandes acenos ao presidente eleito dos Estados Unidos, que por outro lado também não vai procurar dialogar com o brasileiro.
Apesar das divergências, Lula adotou um tom mais moderado após a eleição de Trump nesta semana e pediu atenção aos problemas ambientais do planeta. “Todos nós temos que tomar responsabilidade pela manutenção deste planeta. Nós precisamos garantir que o planeta não sofra um aquecimento de mais de 1,5ºC. Precisamos garantir que os rios continuem saudáveis, com águas limpas”, disse o petista à CNN Internacional.