in ,

Número de brasileiros com demência preocupa e a tendência é crescer nas próximas décadas

© Marcelo Camargo/Agência Brasil - Pessoas com demência no Brasil
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Texto: Matheus Godoy

Um estudo elaborado por duas pesquisadoras da Universidade Federal de São Paulo, divulgado em 2023, na revista científica Journal of Gerontology, mostrou que ao menos 1,76 milhão de brasileiros com mais de 60 anos vivem com alguma forma de demência. O mais preocupante é que, de acordo com o levantamento, 70% dessas pessoas não têm diagnóstico, o que impede de procurar o tratamento adequado.

O estudo foi realizado pelas pesquisadoras Laiss Bertola, que é neuropsicóloga, e Cleusa Ferri, psiquiatra e epidemiologista. Para chegar ao número, as especialistas realizaram testes neuropsicológicos e de competência funcional no dia a dia em um grupo de 5.249 indivíduos, uma amostra representativa da população do país com 60 anos ou mais.

No entanto, o que mais preocupa com a divulgação do levantamento é a previsão de pessoas no Brasil com demência até o final da década: 2,78 milhões. Para 2050, daqui exatos 25 anos, há a possibilidade de 5,5 milhões estarem com algum tipo de demência. Cabe ressaltar que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a enfermidade não é uma característica do envelhecimento normal, apesar do nítido aumento de diagnósticos em idades mais avançadas.

Dados do Brasil indicam que 3% das pessoas entre 65 e 69 anos desenvolvem algum tipo de demência. Os casos aumento para 9% para aqueles que têm entre 75 e 79 anos, 21% na faixa dos 85 e 89 anos, e 43% após os 90 anos.

“Conhecer essas informações é crucial para que o país se prepare para lidar com a situação e criar serviços adequados para atender às necessidades dessas pessoas”, explicou Cleusa Ferri ao portal Pesquisa Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Doença de Alzheimer é a mais comum entre as demências

Os especialistas afirmam que demência é um conjunto amplo de enfermidades que podem se manifestar cedo ou tarde, com uma tendência maior nas pessoas com mais de 60 anos. Inevitavelmente levam à deterioração progressiva da capacidade intelectual, segundo explica o portal Revista Fapesp.

O tipo de demência mais conhecido atualmente é a doença de Alzheimer, descrita em 1906 pelo neuropatologista alemão Alois Alzheimer e pelo tcheco Oskar Fischer. A enfermidade representa até 70% dos casos de demência em países ricos. No Brasil, de acordo com os levantamentos, representa entre 50% e 60%. Os primeiros sinais são as falhas recorrentes na recordação de acontecimentos recentes.

“No início, o paciente com Alzheimer apresenta lapsos de memória recente que prejudicam o dia a dia, trazendo dificuldade de aprendizado e de tomada de decisões, perda de interesse nas atividades que antes eram prazerosas e mudanças de humor. Nesse estágio inicial é muito importante buscar um diagnóstico”, explica o neurologista Fernando Freua, da Beneficência Portuguesa de São Paulo ao Medicina S/A.

Embora não exista um tratamento que tenha a capacidade de reverter completamente o quadro, o diagnóstico precoce possibilita retardar o avanço da doença. “Quando antes for descoberta, maiores serão as chances de controlar os sintomas, proporcionando uma melhor qualidade de vida para o paciente”, complementou Freua.

Reprodução/Prefeitura de São Bernardo do Campo - Posse dos secretários

Secretários da gestão Marcelo Lima são empossados em São Bernardo do Campo

Foto: Omar Matsumoto - Visita ao BRT-ABC

Em visita a São Bernardo, governador em exercício promete entrega BRT do Grande ABC em janeiro de 2026