Texto: Matheus Godoy
Em São Bernardo do Campo, um homem, de 59 anos, foi preso acusado de estuprar a própria filha, de 17 anos, que estava internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital do município. A garota apresentava um quadro grave de paralisia cerebral e pneumonia.
O suspeito foi preso no dia 14 de maio, após investigação policial iniciada por conta de vídeos gravados pela equipe de enfermagem da unidade hospitalar, que já desconfiava das atitudes do sujeito. A identidade do homem, assim como a localização do hospital, foram preservadas para que não haja exposição da vítima.
Em entrevista ao portal Diário do Grande ABC, a delegada da Seccional de São Bernardo do Campo, dra. Kelly Cristina Sacchetto, comentou o episódio. “Mesmo trabalhando há mais de dez anos no combate à exploração e ao abuso sexual infantil, eu e minha equipe ficamos chocados com as nuances deste caso. O abuso praticado pelo genitor, na UTI de um hospital, com a vítima em completa vulnerabilidade por seu estado clínico, nos deixou estarrecidos”, disse.
O laudo do IML (Instituto Médico Legal) apontou que a “vítima apresenta lesões compatíveis com a prática de atos libidinosos e que, infelizmente, a mesma, em razão das enfermidades, ficou impossibilitada de defender-se ou reagir”.
Com a apresentação do relatório do inquérito policial, a Justiça tornou o homem réu por estupro de vulnerável e converteu a prisão em flagrante para prisão preventiva. O processo segue em segredo de Justiça .
“A atuação (da polícia) foi imediata para cessar com a violência assim que os fatos chegaram ao nosso conhecimento. Em menos de 12 horas da comunicação, o autor já estava preso, por força de mandado de prisão temporária, que foi convertido em prisão preventiva pela Justiça”, explicou a dra. Kelly Sacchetto ao DGABC.
A defesa do acusado afirma que o homem nega as acusações e que as gravações não “confirmam com exatidão a prática do crime”.
