Texto: Matheus Godoy
A epidemia de dengue na cidade de São Paulo alcançou um número alarmante neste sábado (30): mais de 100 mil casos da doença já foram registrados no município neste ano. O número é equivalente a 26,6% do total de casos confirmados em todo o estado paulista. As informações foram divulgadas pela Secretaria Estadual de Saúde.
Além disso, a maior cidade da América Latina registrou 19 mortes causadas pela doença. Entre elas, duas crianças entre 5 e 9 anos. Outros 84 óbitos são investigados.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) decretou situação de emergência no município no dia 18 de março. O último boletim de arboviroses da gestão municipal mostra que 67 bairros da capital paulista estão em situação de epidemia, ou seja, registram mais de 300 casos a cada 100 mil habitantes. Esse levantamento foi retirado do portal G1.
Mais vacinas em São Paulo
A prefeitura de São Paulo anunciou que promoverá a vacinação contra a doença dentro das escolas que estão nas regiões com maior incidência de casos. Como é o caso de Itaquera, na Zona Leste. Neste momento, o público-alvo são crianças entre 10 e 14 anos, seguindo as normas do Ministério da Saúde.
“Chegando a vacina, vai ser aplicada na população de 10 a 14 anos, e a gente vai aplicar nas escolas por conta do público-alvo, e nas regiões de maior incidência. Itaquera, por exemplo, é uma região de alta incidência, vai ser uma das regiões onde terão as escolas sendo atendidas com as vacinas para as crianças”, disse o prefeito Ricardo Nunes.
No Grande ABC
Assim como na capital, a região do Grande ABC mostra números preocupantes. Por isso, o Consórcio Intermunicipal Grande ABC decretou estado de emergência de dengue no dia 23 de março. A decisão foi tomada em comum acordo, após reuniões entre as pastas de Saúde.
De acordo com o balanço divulgado até o dia 20 de março, as sete cidades somaram 10.775 notificações de dengue, sendo 4.158 casos confirmados e outros 6.722 prováveis. Até aquele momento, apenas uma morte causada pela doença estava confirmada. Os dados foram divulgados pelo Painel de Monitoramento de Dengue, Chikungunya e Zika, do governo estadual.
“Os secretários da Saúde da nossa região se reuniram e elaboraram uma nota técnica recomendando a decretação de estado de emergência, considerando o cenário epidemiológico e critérios técnicos para esta decisão. Nossa região seguirá o mesmo caminho do governo estadual e da Prefeitura de São Paulo, que já anunciaram medida semelhante recentemente”, explicou o presidente do Consórcio ABC e prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT).
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