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Racismo é tema de palestra no IX Encontro Mulheres em Movimento

Evento ocorreu no Auditório da Fundação Florestan Fernandes e contou com participação do professor pós-doutor Acácio Almeida, docente da UFABC (Universidade Federal do ABC) e presidente da Associação Brasileira de Estudos Africanos

A Prefeitura de Diadema realizou na tarde desta terça-feira, dia 19 de setembro, no Auditório Florestan Fernandes, palestra com o tema “Descolonizando-se: Diálogos sobre Racismo, Legados e Resistência”, com o professor pós-doutor Acácio Almeida, docente da UFABC (Universidade Federal do ABC) e presidente da Associação Brasileira de Estudos Africanos.

O evento fez parte do IX Encontro Mulheres em Movimento, programa da Prefeitura que há 34 anos, por meio da prática corporal, contribui para a qualidade de vida, sensibiliza para o exercício da cidadania e amplia o universo de informações sobre temas variados que contribuam para a melhoria das necessidades do grupo de mulheres na perspectiva do exercício de seus direitos. A palestra também contou com a participação da Secretária de Esporte e Lazer, Luciana Avelino; da coordenadora de Politicas para as Mulheres, Sheila Onório; da coordenadora de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Márcia Damaceno, além de representantes da Secretaria de Educação, professores do Mulheres em Movimento e da vereadora Lilian Cabrera.

A palestra do professor Acácio Almeida se baseou em quatro provérbios  africanos, para proporcionar reflexões sobre o combate ao racismo e boa práticas em nossa sociedade no dia a dia: “Malhe o ferro quando ainda ele estiver quente”; “Se você quer ir rápido vá sozinho, se quiser ir longe, vá acompanhado”; “Quando uma pessoa idosa morre, carrega consigo uma ‘biblioteca’”; e “Enquanto as leoas não tiverem seus contadores de história, a história será contada pelos seus caçadores”.

O primeiro ditado diz respeito às ações efetivas que são feitas para combater o racismo, das quais o professor cita a criação da lei que institui o Dia e o Programa Mulheres em Movimento por meio de lei municipal da vereadora Lilian Cabrera. O segundo fala sobre a união para o alcance de objetivos. “Vivi em aldeias na Costa do Marfim, na África, e lá percebi que a vida em comunidade permitiu a solução de difíceis problemas”, afirma Acácio.

O terceiro provérbio fala sobre a valorização dos conhecimentos do idoso acumulados durante sua vida, e não levando em conta apenas a sua juventude física. O professor propõe a criação de um Polo de História e Memória Negros, para que todos entendam e transmitam a História e os saberes da população negra. “Acredito que essa é uma forma de provocarmos mudanças em comportamentos racistas”, afirma Acácio.

O último provérbio, de acordo com Acácio, é o que melhor ilustra a questão da descolonização da questão racial. “Nós precisamos é inverter essa lógica, pois a sociedade estabeleceu o que é viver e ser tratado como negro. Então precisamos positivar o que é ser negro”, diz Acácio. Ele lembrou, durante a palestra, das contribuições que homens e mulheres negras proporcionaram nos meios científicos para o desenvolvimento e bem-estar da Humanidade ao longo da História.

Transformações

Para a secretária de Esporte e Lazer de Diadema, o racismo só pode ser combatido com muita luta e persistência. “Quando a mulher negra se mobiliza para conquistar seus direitos, ela mobiliza toda a sociedade junto. Precisamos de todas as mãos juntas para mudarmos essa realidade”, afirma Luciana Avelino. “É por essa razão que proporcionamos essa reflexão e aprendizagem sobre a questão do racismo no Programa Mulheres em Movimento”, ressalta.

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