A falsificação, segundo a PF, ocorreu entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. A casa de Bolsonaro foi alvo de um mandado de busca e apreensão realizado pela Polícia Federal
Gustavo Frutuoso
O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), é um dos alvos da Operação Venire, realizada pela Polícia Federal, na qual investiga a adulteração em cartões de vacinação. A PF realizou busca e apreensão na residência de Bolsonaro em Brasília, onde recolheram o celular do ex-presidente. Ao todo, foram realizados 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão.
“As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários”, disse a PF.
“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa”, completou.
A investigação se dá pelo inquérito policial para apurar atuações das “milícias digitais”, que está em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal). Tais atos configuram crimes como: infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.
Segundo a Polícia Federal, o objetivo do grupo é “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a covid”.
Ao sair de sua casa, Bolsonaro conversou com jornalistas no local e afirmou que não tomou a vacina da Covid-19. “Nunca falei que tomei a vacina (de covid-19). Nunca me foi pedido cartão de vacinação nos EUA. Não existe adulteração de minha parte”, disse.
Em sua rede social, a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, disse que desconhecia os fatores que levaram a PF a realizar uma busca e apreensão na residência. “A PF fez uma busca e apreensão na nossa casa, não sabemos o motivo e nem o nosso advogado não teve acesso aos autos.
Apenas o celular do meu marido foi apreendido. Ficamos sabendo, pela imprensa, que o motivo seria “falsificação de cartão de vacina” do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas eu fui vacinada”.
O advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, esteve na Polícia Federal para obter acesso aos autos da Operação Venire, que investiga o envolvimento do ex-presidente por fraude nos cartões de vacina dele, da filha Laura e dos ajudantes.