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Impressões sobre a Dubai Gitex 2022: do deserto ao futuro verde com Smart Cities, DeFi, NFT, Web3.0 até o Metaverso

Thomas Law

Entre 09 e 14 de outubro de 2022, participamos da Gulf Information Technology Exhibition (GITEX), realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A feira, realizada anualmente, tem o objetivo de promover um evento global trazendo diversos stakeholders e players mundiais no tocante à inovação, tecnologia e smart cities. A GITEX é a maior feira de tecnologia do Oriente Médio e uma das maiores do mundo.

Uma das sensações desta edição da GITEX foi no setor da mobilidade: o carro voador da fabricante chinesa XPeng AeroHT. O veículo sobrevoou os céus de Dubai  por cerca de 90 minutos. Tem capacidade de atingir uma velocidade de 132 km/h. Um verdadeiro case de sucesso no tocante a mobilidade urbana.

Outra inovação importante foi na parte educacional. Imagine como seria estudar em uma escola no metaverso, com a possibilidade de reunir diversos alunos e professores para ter uma aula em Marte? Ou fazer uma visita guiada ao Vaticano? Ou mesmo caminhar pela muralha da China durante as aulas de mandarim? Tudo isso é possível através do Universe, o metaverso educacional da ViewSonic. Outro case que chama atenção na era digital e possibilita o acesso à educação em outro nível para todos.

Outras atrações da GITEX esse ano estavam nos pavilhões sobre MARTECH (marketing e tecnologia), DE-FI (finanças descentralizadas), NFT (token não fungível, em tradução livre) e Web 3.0 – a nova tendência mundial que afetará o modo como as pessoas se relacionam com a internet, bem como o impacto disso na sociedade moderna. Em um mundo regido pela conexão em tempo integral, a evolução da rede mundial de computadores é fator crucial para compreensão de como a tecnologia transformará as relações humanas.

Também vimos a importância que projetos de ESG (Social and Corporate Governance), ou, em português, ASG (Ambiental, Social e Governança Corporativa), ganharam na estratégia de diversas empresas, de todos os portes, ao redor do mundo.

Nos #techtalks da GITEX havia uma área só de #greentalks, apontando uma mudança de comportamento global das empresas em virtude do ASG/ESG. Os consumidores passaram a cobrar condutas mais responsáveis e igualitárias das marcas e empresas. A sociedade demanda mais consciência dos empreendedores em relação aos impactos no meio ambiente. A necessidade de maior democratização de acesso, além da inserção da diversidade de gênero no mundo corporativo, se tornou uma pauta fundamental.

Tivemos a oportunidade de conferir as iniciativas do governo dos Emirados Árabes Unidos. Desde o início do século, ele investe pesado para se reinventar como um pólo tecnológico e turístico, com a meta de se tornar a “cidade mais feliz do mundo” para seus cidadãos.  Da segurança pública ao combate de incêndios; da mobilidade ao monitoramento do equipamento urbano, os avanços da tecnologia de smart cities em Dubai impressionam.

Vale ressaltar que o plano diretor Dubai 2040 é uma referência, estando entre os principais projetos do mundo para “cidade inteligente e sustentável”. Eles apostam no uso de uma estratégia de blockchain focada em maior eficiência governamental, indústria criativa e liderança internacional. Existe uma estratégia clara do governo de Dubai em relação ao conceito de smart cities, a aplicação de tecnologia para beneficiar as pessoas. Um exemplo é o uso de plataformas digitais para evitar o desperdício de água.

Na parte de segurança pública, existem melhorias na tecnologia, como uma plataforma digital da polícia de Dubai fornecendo o report, seja sobre acidente de trânsito ou qualquer denúncia, tudo isso com o monitoramento feito pela polícia de Dubai.

O que justifica esse investimento? Segundo relatório do McKinsey Smart Cities Institute[1], o uso da tecnologia nas cidades é essencial para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Essa melhoria é entre 10% e 30% em áreas como segurança, mobilidade urbana, sustentabilidade, conectividade, tratamento de resíduos e até uso de inteligência artificial.

Mas como alimentar o motor dessa inovação? Atualmente, os Emirados Árabes lançaram um programa concedendo 100.000 (cem mil) Golden Visas para coders. Estão oferecendo vistos para programadores talentosos desenvolverem softwares e residirem na região como uma política de atração e retenção de talentos mundiais. Essas políticas públicas têm a finalidade de colocar os Emirados Árabes à frente da evolução tecnológica do mundo, concentrando mão-de-obra super qualificada.

Dessa forma, os Emirados Árabes Unidos, em especial Dubai, têm investido na Revolução 4.0, seja em reter talentos com o programa de golden visa para coders, seja no planejamento e na implementação de smart cities. Inclusive com uma área de sandbox, região que permite o uso de tecnologias em teste. Essa estratégia de blockchain adotada por Dubai, focada em maior eficiência governamental, na indústria criativa e na liderança internacional é fundamental. Vale pontuar também que existe um alinhamento do conceito ESG/ASG nos componentes essenciais e nas tendências mundiais de inovação. O Brasil precisa ampliar sua participação de eventos como esses e estar atento as inovações mundiais como é o caso de Dubai.


[1] Disponível em:< https://www.mckinsey.com/capabilities/operations/our-insights/smart-cities-digital-solutions-for-a-more-livable-future#part3>. Acesso em:20/10/2022.

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