Bolsonaro realiza agenda política, ataca candidato e se declara “imbrochável”
Gustavo Frutuoso
Celebrando 200 anos de Independência, o dia 7 de setembro teve Bolsonaro (PL) realizando campanha em Brasília e no Rio de Janeiro, chamando o ex-presidente Lula (PT) de “quadrilheiro de nove dedos” e seus apoiadores gritando “imbrochável”.
Em Brasília, o candidato à reeleição assistiu ao desfile militar na Esplanada dos Ministérios e discursou para apoiadores ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro e do empresário Luciano Hang. Em sua fala, Bolsonaro disse para homens solteiros procurarem “uma princesa”, beijou Michelle e puxou o coro de “imbrochável” junto com bolsonaristas.
“E eu tenho falado para os homens solteiros, para os solteiros que estão cansados de ser infelizes. Procure uma mulher, uma princesa, se casem com ela, para serem mais felizes ainda”. Afirmou o presidente.
Além disso, Bolsonaro fez uma comparação machista entre as primeiras-damas dos demais candidatos à presidência. “Podemos fazer várias comparações, até entre as primeiras-damas. Não há o que discutir. Uma mulher de Deus, família e ativa em minha vida”. Pontuou Jair.
Durante a agenda na capital federal, apoiadores do presidente levaram cartazes antidemocráticos, que pediam o fim do STF como “Supremo é o povo”, “PR e FFAA intervenham no judiciário” e “Bolsonaro acione a FFAA, expurgue o STF e garanta lisura da eleição”.
Entretanto, Bolsonaro fez um discurso diferente e pediu para todos jogarem dentro das quatro linhas. “Podem ter certeza, é obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da nossa Constituição”. Disse.
Partindo para o Rio de Janeiro, o presidente participou de uma motociata e depois discursou ao lado do pastor Silas Malafaia para seus apoiadores. Na fala, Bolsonaro voltou a reproduzir a narrativa do “bem contra o mal”, atacou o governo de outros países e chamou o ex-presidente Lula de “quadrilheiro de nove dedos”.
“Compare o Brasil com os países da América do Sul, com a Venezuela, com o que está acontecendo na Argentina e compare com a Nicarágua. Em comum, esses países têm nomes que são amigos entre si, todos são amigos do quadrilheiro de nove dedos que disputa a eleição no Brasil”. Finalizou Bolsonaro.
Liderando as pesquisas da intenção de votos, o candidato e ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, usou suas plataformas nas redes sociais para se posicionar no dia 7 de setembro contra o presidente da República. Em seu discurso, Lula fala que nunca usou o Dia da Independência em ano eleitoral como instrumento de política.
“Quando presidente da República, eu tive oportunidade de participar de dois 7 de setembro, um em 2006, outro em 2010, em época eleitoral. Em nenhum momento, a gente utilizou um dia da pátria, um dia do povo brasileiro, o dia maior do nosso país por conta da Independência como instrumento de política eleitoral. Era um dia do povo brasileiro e não um dia de política eleitoral”. Frisou Lula.
Outrossim, Lula disse ainda em seu vídeo que Bolsonaro fugia de falar sobre os principais temas no país e que não conseguia explicar a compra de 51 imóveis, pagando à vista R$ 25 milhões.
Candidato do PDT, Ciro Gomes, esteve em Ouro Preto, Minas Gerais, no Dia da Independência. Condenou a conduta de Jair Bolsonaro e o chamou de “imbecil e criminoso”. “Eu tenho 42 anos de vida pública, de experiência. Eu nunca vi, sabe, uma promiscuidade, uma falta de vergonha, uma falta de compostura, uma falta de honra tão extensas no centro do poder brasileiro”. Pontuou Ciro.
“Olha o que nós assistimos hoje, nós assistimos o presidente da República colocar um empresário picareta (Luciano Hang), investigado na justiça no seu lado e deixando o presidente de Portugal de lado. Em seguida, militares fardados, com suas condecorações, uniforme de gala, misturando-se beócios vestidos de camisa amarela. Patetas de um presidente imbecil e criminoso como é o Bolsonaro.” Concluiu Ciro.
Estando em quarto lugar nas pesquisas com 5%, Simone Tebet (MDB), esteve no interior de São Paulo realizando campanha. Ao parar para falar com os jornalistas, Simone Tebet falou sobre o dia e se posicionou contra Jair Bolsonaro. “Lamentável, mais uma vez, este é o presidente lamentavelmente que nós temos e nós vamos tirá-lo da presidência”.
Em sua rede social, Tebet escreveu. “Vergonhoso e patético! No Dia da Independência do Brasil, o presidente mostra todo seu desprezo pelas mulheres e sua masculinidade tóxica e infantil. Como brasileira e mulher, me sinto envergonhada e desrespeitada. Além da pária internacional devido à falta de segurança e estabilidade política, agora o país também vira motivo de chacota pelas falas machistas do seu líder, que deveria dar exemplo. O Brasil não merece o governo que tem!”. Afirmou a senadora.